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ruído

ruído


dia de mar

por Joana Raposo Gomes, em 07.05.17

2017-05-07 13.27.15.jpg

 

É de frente para o mar que sei o que te escrever


Pode ser estranho
(ou tolo até)
Pôr-me de frente para o mar
a pensar nesse teu ser de planalto
lá onde os olhos se perdem no horizonte
e onde nascem freixos fortes
amparados na bravura dos que os mantêm

 

Pode ser estranho
(Ou tolo até)
mas, tudo o que trago no olhar

é onde te vejo

 

Pode ser tolo
(Ou estranho até)
Mas é neste azul

que vejo a paz que me pintaste no horizonte
(e só os pacíficos intranquilos se aventuram)
e é neste azul dourado
onde viaja o calor do teu carinho

que cabem todas as minhas lágrimas

sempre que as há

 

(Não é tolo e tu sabes bem)
Só nos olhos de quem sonha
se pode fazer crescer mais um sonho
Só nos olhos de quem pensa
se pode desenvolver o pensar
Só nos olhos de quem arrisca
se aprende a ganhar coragem

 

Pode ser tolo
(ou estranho até)
para ti que te vês de frágil
e eu que te vejo de força
para ti que te vês pequena
e eu que te vejo imensa
para ti que te vês medrosa
e eu que te vejo capaz

 

Descobri-te!
(por esta não contavas tu)
Atrás dessa cortina que trazes
(ou que o mundo te foi pondo)
ainda estão os sonhos
ainda te sei as vontades
ainda nascem desafios
ainda medram vitórias

 

Ensinaste-me a dar graças
com essa bondade natural
sem maquilhagem de altruísmo forçado
onde só olhos de brilho
(aqueles que nunca perderam a verdade de ver além)
te encontram nesse sentido tão puro

 

Ensinaste-me a cantar
e a querer inventar mais canções
Sorriste de volta
em cada nota desafinada
e em cada história desencantada
(lá onde os sorrisos validam o ser)

 

Há reflexos teus na ondulação
nessa doçura da irregularidade
(superfícies planas magoam-me os olhos)
E tu
(sim tu não vires a cara!)
fazes-me amar a imperfeição

 

Parece estranho
(ou muito tolo até)
mas é nessa verdade

que aprendo a amar os precalços

e a não apedrejar o futuro
É onde se mostram os dentes
e se sabe voltar a sorrir
é onde se permite o ódio

e onde se partilha o amor

 

És mestre em ensinar a liberdade num tom maior

e em não varrer emoções para baixo do tapete

  

Letras letras letras
(Que tolo ou estranho só)

 

Talvez seja amor
É isso

apenas
Tudo!

 

É amor sem condição

que se espelha nos meus olhos

E é a tua ternura trazida pelas ondas

essa que nunca me falha

enquanto eu para cá ando a viver.

 

 

 

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